Escrita Terapêutica 4

Uma das aprendizagens mais difícil é a aceitação de que somos imperfeitos e falhamos e vamos continuar a falhar. Muitas vezes é fácil ficar entorpecido ou encontrar resistência, ou recorrer ao habitual diálogo interno crítico que inconscientemente oferecemos a nós mesmos.

Para estarmos inteiros, unificados, não precisamos ser perfeitos. Precisamos abraçar as nossas partes quebradas e imperfeitas como parte integrante da vida. Também elas merecem ser amadas. A prática consistente da autocompaixão é um dos caminhos para conseguirmos este amor incondicional dirigido a nós.

ESCRITA TERAPÊUTICA:

  1. Pensa num acontecimento, pessoa ou situação em que sentes que falhaste;
  2. Escreve uma carta compassiva descrevendo os acontecimentos, seguindo as indicações:
    • Ativa a tua parte compassiva. Às vezes ajuda escrever como se estivesses a ajudar outra pessoa. Parar por uns instantes e conectar a amorosidade e compaixão dentro de ti;
    • Qual é a tua motivação para escrever esta carta? Qual a finalidade que ela vai servir? Esta é uma carta que quer ajudar, que serve para suporte e encorajamento face à dificuldade que possas estar a sentir;
    • Validação e empatia para com a dificuldade/desafio;
    • Perceber como o funcionamento de perigo se ativou face a esta situação/acontecimento/pessoa e como essa ativação não foi/é culpa tua;
    •  Assumir a tua responsabilidade pelas destrezas/habilidades que permitem gerir as dificuldades de forma mais eficaz e saudável;
    • Explorar como ajudar – pensamentos compassivos e acção. Que pensamentos e comportamentos posso trabalhar compassivamente para a mudança;
    • Prever possíveis bloqueios, dificuldades e passos atrás neste caminho da autocompaixão e como reagir compassivamente e de forma acolhedora e amorosa;
    • Qual o compromisso compassivo que podes fazer contigo e que traga a mudança desejada;
    • Leitura compassiva – quando terminares a carta, podes lê-la em voz alta a ti própria, com uma voz carinhosa e tranquila. Relê esta carta tantas vezes quantas sentires que precisas.
  3. Guarda a carta na tua mala de primeiros socorros, para que possas tê-la à mão sempre que precisares.